"O nosso amor é para nos amar, para levar-nos de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma conveniencia assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Nao é para se perceber. O amor é um estado de quem sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Nao é para se perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se Ter, querer e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive contente. Não se pode ceder, não se pod resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também. "
Miguel Esteves Cardoso, último volume
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5 comentários:
acho que estás assim uma beca apaixonada não?:P
A minha Cary é uma eterna apaixonada! Nem que seja pela vida =D Gosti!
Foste homenageada no meu blog, só assim por acaso.
Yello :) Parabéns pelo teu blogue, como a Teresa diz: "Um Prémio Nobel da Literatura"
Sem dúvida,
Cumprimentos :)
já tinha lido isto.. e acho lindo de cada vez que volto a fazê-lo...
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