No Natal… fica bem.
Aproxima-se a época mais esperada do ano. Para além das férias de Verão, estes devem ser os dias mais aguardados pela maioria da população.
Os enfeites, o bolo-rei, o Pai Natal e as renas. As filhós, o bacalhau, as couves e o borrego. E, acima de tudo… as prendas. São elas que movem milhões de portugueses aos centros comerciais em poucos dias. São elas que movem milhões de euros todos os dias.
O dinheiro circula, mas em sentido único: dos bolsos para a caixa da loja. O sinal está verde para gastar. Nesta época é assim, não há stop que os pare. O sinal vermelho aparece apenas em Janeiro quando o saldo está (muito) mais baixo do que o esperado e se apertam os cordões à bolsa.
Mas em época de Natal não se olham a meios, nem a gastos.
E, este ano, mais do que o normal, reparei nisso, não trabalhasse em part-time numa das lojas de roupa mais populares de Portugal: a Zara.
Pois é. O Pai Natal que aprenda espanhol porque, pelos vistos, Natal não é Natal se não houver na árvore um embrulho azul que diga Zara.
A ânsia é tanta de comprar que se gasta o que se tem… e o que se queria ter.
Não foram raras as pessoas que chegadas à caixa para pagar se viram confrontadas com a mensagem “anulado/não disponível”, depois de passado o cartão de crédito, ou débito, na máquina de pagamento. “Não é possível, eu ainda tenho lá dinheiro”, respondem alguns dos mais cépticos. Outros, conscientes das compras em massa e das quantias exorbitantes em jogo, admitem na hora a despesa: “o plafond do cartão já deve ter sido excedido por hoje”. Sorriem, deixam as compras. Voltam amanhã para vir buscar. Fica bem não ter dinheiro disponível nesta altura.
E não passa disto. A época de solidariedade, de paz, de amor, de alegria, não passa de pouco mais de uma semana de compras desenfreada, a correr de loja em loja, de centro comercial em centro comercial.
Mas, admitamos, nesta época estão (quase) todos muito mais predispostos a ajudar o próximo. Fica bem dar esmola ao ceguinho, fica bem dar gorjeta ao empregado (desde já agradeço a todos os clientes os 10 cêntimos de troco que decidiram dar-me), fica bem comprar os bonequinhos das instituições sociais. Fica bem. Porque é Natal.
Ainda assim, não posso deixar de reservar um espaço a todos aqueles que, mesmo em época de Natal, uma época de suposta tolerância e concórdia, decidiram pedir o livro de reclamações porque estavam há muito tempo na fila para pagar a camisola para o tio do primo do amigo. Ah, e respondendo à pergunta que mais foi feita na caixa durante esta época: Sim, depois do Natal, se já não quiser a prenda que lhe puseram no sapatinho, pode dirigir-se à caixa com o talão que o dinheiro será devolvido. Porque em Janeiro as coisas apertam, e já não fica tão bem rir-se do “anulado/não disponível” do cartão Visa ou Multibanco.
P.S. Agora q o Natal já passou... já fizeram as devoluções todas? ou preferiram fazer trocas por roupa de saldo? :p
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1 comentário:
O plafond faz toda a diferença nesse texto. Ai se não fosse eu... :P Eheheh! O Natal na Zara é uma coisa estranha, ainda mais estranha do que nos outros sítios. Parece que as prendas têm íman para as pessoas, dentro desses embrulhos que afinal são azuis, para grande transtorno meu!
Ainda assim, eu cá não trocava o meu último Natal... :)
Beijo grande, amor *
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